CONTROLE O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO E GARANTA A SATISFAÇÃO DA AUDIÊNCIA

Por que será que as pessoas ao falar em público sente aquele frio na barriga? Tremedeira?

O medo na verdade não é de falar e sim da reação das pessoas. Ele nasce do perigo e da incerteza. Ninguém quer fazer papel de bobo. O que ocorre é que temos uma vaidade e não queremos errar diante das pessoas. Costumo dizer o seguinte: se quando formos falar em público lembrarmos que as pessoas que estão na plateia são apenas pessoas, gente como a gente mesmo, que possui as mesmas necessidades fisiológicas que nós, que também sentem ou sentiram medo de serem fracassadas em determinados momento da vida, você não sentirá jamais intimidado ao falar em público e nem sentirá borboletas voando na sua barriga e muito menos tremor em suas pernas.

Só posso falar de algo que eu entenda com profundidade, que tenho domínio e vivência e que esteja realmente preparado. Este é o primeiro passo para eliminar o medo.

Sabe por que os trabalhos da faculdade sempre são difíceis de apresentar? Porque simplesmente não temos conhecimento aprofundado do assunto. É um conhecimento superficial, então vem o medo de como seu professor irá avaliá-lo? Como seus colegas irão enxergá-lo?

A boa notícia é que todos nós sentimos medo. Isto acontece porque temos a necessidade de nos proteger sempre. E a proteção para não ser criticado pelo público faz com que nos momentos iniciais da apresentação as grândulas suprarrenais entram em funcionamento e libera a adrenalina no sangue fazendo com que nos movimentemos mais rápido e falemos mais rápido na intenção de fugir logo daquele perigo.

Mas diante do público não é possível fugir. Então vem o branco, as pernas bambeiam, as mãos ficam trêmulas e pode ter até um taquicardia. Para que esta sensação diminua é preciso ter conhecimento do assunto em que irá abordar e prática. Além de saber organizar suas ideias de maneira clara, objetiva e conhecer as expectativas dos ouvintes.

Para Araújo Filho (2009), temos três tipos de medo: o medo, insegurança e/ou apreensão inicial por parte de quem já está acostumado a falar em público. Trata-se de um processo mecanismo de defesa, onde há o aumento da adrenalina no sangue que faz com que aumenta a velocidade afim de rapidamente resolver qualquer imprevisto e aos poucos nos sentimos mais seguro e voltam ao normal. Medo por não ter experiência ou por achar que não está suficientemente preparado. Neste caso precisamos ter medo mesmo. Não há mágica. Só fale em público se realmente estiver preparado. Você vencerá o medo se tiver preparado. E por fim mesmo preparado, apenas imaginar falar em público já causa suadores e mal-estar. Trata-se de uma fobia conhecida como glossofobia – medo de falar diante dos outros – ou atelofobia – medo de imperfeição. Neste caso o indicado é um tratamento com o um especialista. O aprendizado das técnicas de comunicação pode ajudar, mas não será suficiente.

Não tenha medo do medo

 

Você já participou de uma palestra que te deu sono? Ficou contando as horas para terminar? Me lembro,  que há dois anos fui em uma palestra e aproveitei para levar minha filha que na época tinha de 13 anos, tendo em vista que o tema era para um público feminino e que alcançava as expectativas dela também. Era menos de dez minutos de palestra quando ouvi um ronco, olhei para o lado era minha filha dormindo. Tentei cutucá-la e despertá-la, ela até que acordou mais não conseguia ficar acordada e prestar atenção para ouvir a palestrante. Pensei: Nossa acho que ela é muito nova para estar aqui! Foi quando olhei para o outro lado na outra fileira e avistei mais pessoas “pescando” e quase dormindo também. Daí ficou claro que não era um problema de idade. Aliás, o bom orador é aquele que consegue falar do mesmo assunto tanto para uma criança como para uma pessoa mais experiente e até mesmo entendida do assunto de maneira que todos compreendam com a mesma eficiência. Bom, voltando ao assunto da palestra para mulheres. A oradora daquela noite era uma empresária de renome que não conseguiu transmitir sua mensagem. Minha filha acordou ao final de uma hora e meia de palestra com as poucas palmas que sobraram daqueles que conseguiram permanecer acordado.  Pois é! Esta cena é exatamente aquela em que o apresentador não conseguiu dominar o seu medo e não foi feliz ao atrair a atenção do auditório, demonstrando insegurança e não ter nenhuma técnica de comunicação para transmitir seu recado. É exatamente isto que devemos evitar. Para conseguir a atenção do auditório e deixar agradável a sua palestra é preciso técnica e treino, treinar e treinar muito antes de fazer uma apresentação.

Quando ocorre o processo da eliminação do medo você passa a falar com o auditório e não ao auditório. É como você pintar um quadro em branco onde sua imaginação começa a fluir e as cores começam a aparecer dando forma ao seu desenho. Na sua fala não é diferente, você visualiza a cena narra os fatos de acordo com sua imaginação e seu ouvinte vai criando um mapa mental facilitando-o na compreensão da transmissão de sua ideia. Ao alcançar este processo sua oratória certamente será bem sucedida.

Mesmo os grandes oradores, professores e palestrantes confessam sentir medo no momento de suas apresentações e ter reações de “frio na barriga”. Isto se dá pelo fato de cada apresentação ser única, é um público diferente, com anseios diferentes. Para facilitar, é bom ter informações do perfil do seu público antes da apresentação para que consiga atender as necessidades do seu ouvinte no momento de sua fala.

Portanto, não tenha medo do medo porque ele não irá desaparecer, você apenas precisa saber controlá-lo.

Por Francine de Oliveira